Oco
Abre-me uma gaveta ao peito
E cabe o infinito ali dentro
infinito da plantação
Rasga-me uma gaveta ao peito
E o peito é oco de amor
de ódio
de conquistas
de danos
Abre-me o closet rasgado
onde o peito bate vida ritmada
onde o segredo é realista
onde o mogno é surrealista
Rasga-me a gaveta aberta
e o peito sangrando
Um sangue branco
branco da cor do oco
oco da colheita
silencioso como a gaveta
Eis a ressonância do oco.