prolixa
o amarro das notas são letras soltas
recato o esporro
sou livre e absorta
incendiária
bomba de napalm
explodindo ansiedade paralisante que berra insensata aos ouvidos sensíveis
o controle estático dos nervos aparentes
rebelde
coquetel
sulfúrico
boca que não cala
a pressão do tempo no corpo comprimido ás emoções
a seriedade da sanidade não me compromete
fora dessa sala a umidade é a maquina que controla
os reis ferventes suam verdades gasosas
mas sou liquida
eu sou liquida e escorro
eu sou liquida e não morro
baratas reprodutivas subindo por escadas imaginárias
inundando as paredes
enchendo as brechas
cinderela morreu acorrentada
os dentes cravados na carne dos lábios
sangue seco abrindo caminho no tórax
é o que se ganha por ser ordinária
me enlouquece as voltas que o romantismo dá
me enjoa as coincidências
eu tenho fumado lâminas
elas cortam meus pulmões
a realidade crua desce o céu azul e encontra a lama fria
são os encantos dessa floresta enfeitiçada
minha idade,
minha aliada,
a sensibilidade etérea,
esfíncter neural
cantam aos brados bardos juvenis
ninguém saberia distinguir as verdades de meias mentiras
é brilho que a entonação dá
é a dança do conto
o espirito cervo que rondas as alamedas
que vigia sua reação
você reage a cada marco
você incorpora cada semelhança
você dá vida a cada lembrança que não é sua
o grande receptor de memórias criadas
você confia tanto assim nas suas recordações?
a ponto de morrer pela verdade?
eu sei
eu sei
a certeza é encantadora
eu sei
eu sei
os empáticos e os santos
não têm dúvidas
com sancas majestosas que escondem espaços nulos
essa é a importância do dito
e o que não é dito brilha na escuridão
bravo
bravo
o que é não há
para que se possa entrar
bata lentamente
--silencio**
SILENCIO--
---no hay banda---**
.e mesmo assim você escuta a música.**
(**Citando Lynch porque não me contenho)