A LOJA DE POEMAS

Reabre-se o umbral dos sonhos

Me vejo numa loja de poemas

Flutuando entregue às fantasias

Uma névoa de sublimes estrelas

Cintilando seu esplêndido brilho

Inundava de cores todo o cenário

Harpas flutuavam entre nuvens

Tocavam-nas cinco anjos jubilosos

Poetas se rendiam entre as frases

Dois ou três compravam haicais

Outro deles escolheu uns indrisos

Uma poetisa levou somente rimas

Um romântico preferiu algumas trovas

Um avô e seu neto um par de sonetos

Busquei versos e um pacote de fábulas

Entre as estrofes um garoto afobado

Escolheu uma diferente semântica

E outros dispositivos sintáticos

Naquele literário mundo de sintaxes

Também havia intrépidas metáforas

Loucas metonímias e onomatopéias

A loja de poemas logo se fechou

Levando consigo todo o seu lirismo

E a bela utopia pelo sonho lapidada

Harock
Enviado por Harock em 17/08/2024
Código do texto: T8131201
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.