O Adeus que há em mim.
O Adeus que há em mim.
Delasnieve Daspet
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Escrevi em agendas
Os rascunhos da minha vida.
O tempo passou. As folhas amareleceram.
Empoeiradas, trancadas nas gavetas.
Remendei tantas dores. Curei tantos cortes.
Dos rascunhos, quando os passei a limpo,
Pinguei gotas purpuras, sempre,
Nas águas do viver.
A lágrima já não chora
O adeus que há em mim.
E, como uma sombra escura
Numa tela inacabada,
Respingo no papel envelhecido.
Eu pó. Eu, vento. Eu, planta que não vingou.
Tênue lembrança de outros tempos.
01.07.22
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