Fúria
Fúria escarlate, consome,
Arrastando a face gélida,
Entregando o destino opaco,
Lançando-o a escuridão eterna.
Onde se faz morada,
Invadindo pensamentos noturnos.
Preenche a alma com veneno,
Que encerra velhos ciclos.
Fúria infernal, quebram certezas,
Enfraquece o corpo oblíquo.
As múltiplas vertentes do espelho
Refletem o rosto distorcido.
Fúria avassaladora, direta.
Tornam vazias as garrafas de vinho,
E as quebram contra a parede.
Preenchendo o chão com estilhaços de vidro.
Na chegada da noite fria,
Adormece o corpo cansado,
E toda fúria letal e tempestuosa,
Se torna calmaria.