Fúria

Fúria escarlate, consome,

Arrastando a face gélida,

Entregando o destino opaco,

Lançando-o a escuridão eterna.

Onde se faz morada,

Invadindo pensamentos noturnos.

Preenche a alma com veneno,

Que encerra velhos ciclos.

Fúria infernal, quebram certezas,

Enfraquece o corpo oblíquo.

As múltiplas vertentes do espelho

Refletem o rosto distorcido.

Fúria avassaladora, direta.

Tornam vazias as garrafas de vinho,

E as quebram contra a parede.

Preenchendo o chão com estilhaços de vidro.

Na chegada da noite fria,

Adormece o corpo cansado,

E toda fúria letal e tempestuosa,

Se torna calmaria.

Poeta do vinho
Enviado por Poeta do vinho em 30/07/2024
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