Dos escárnios sobre o luar,

Ou o desdém do dia quente.

Onde se arranca as asas de um pássaro,

E perpetua a crueldade vigente nas mãos trêmulas.

 

Como um vampiro, e sua taça

De vinho tinto de sangue impuro.

Ou o escravo eterno do absinto,

Que envenena a lucidez e dilacera o real.

 

Se cair sobre o rosto do relés,

O véu fino que esconde a alma,

Fazem das madrugadas o abrigo fiel,

E voam para longe os corvos do desconsolo.

 

Restando suas penas secas ,

Que caem sobre chão frio e empoeirado.

Pérfido mesmo nas crenças inexistentes,

Decente nos atos hostis.

 

Tal que a alma escorreu pelos esgotos,

Sussurraram palavras de espinhos.

Cortaram a carne do vil, e o deixaram sangrar.

Do coração, rosas mortas e árvores sem frutos.

 

Os tragos finais do cigarro vital,

Dissipados em fumaças impuras, amargas!

Cinzas se formaram, perdendo-se em cada rua.

Arrancados pelos ventos, os traços de tua humanidade.


 

Poeta do vinho
Enviado por Poeta do vinho em 23/07/2024
Reeditado em 23/07/2024
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