Estacas

Consome doce amor o que é teu,

Como um vampiro que suga a vitalidade,

Que sedento por sangue se descontrola.

Se atenta amor ao que é teu!

Não se desespere em vão,

Com a fúria que escorre no canto da boca,

Se pulsa o pulso por tua existência,

Por que te entristeces tanto?

Tens medo da certeza do fim,

Que assassina teus desígnios?

Agarra-te ao que é teu, e esqueça!

Ao menos uma vez, da noite inexistente.

Tuas lagrimas de cristal

Se rompem no chão rígido.

E teus soluços se perdem no passado,

A sede consome, e o amor é absinto!

Cala-te esta noite, ouça o coração.

Prenda nas mãos a taça de vinho,

Envenenado por verdades únicas,

Que traz a boca o sabor pútrido.

Acenda teu cigarro maldito,

Cuspa a fumaça que conforta o peito.

Apague-o na pele a ponta flamejante.

Sinta queimar. Vês que ainda é mortal?

O buquê de rosas vermelhas,

Que traz o misticismo do amor singelo.

Apodrece pétala por pétala em tuas mãos.

Morre a primavera, diante do olhos frios.

Amar-te é aceitar as incertezas,

Eu cavo a cova, enterro o coração.

Me consumirá até a última gota.

Pois só amas o que te domina.

E quando teu vampiro,

Se resumir a meras cinzas sujas,

Que desaparecem a mercê do vento.

Caindo nos abismos do esquecimento.

Tenha a crença real e sincera,

Que tuas mãos de crueldade,

Que cravaram no próprio peito,

As estacas de tua morte.

Poeta do vinho
Enviado por Poeta do vinho em 18/07/2024
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