O poeta e a sereia

Beijei os lábios da sereia

e seus lábios não eram salgados

seu lábios eram tão doces

lábios , do mais puro mel

No mar , com a lua cheia

beijei os lábios da sereia

sua libido ficou tão latente

ela nadava e mergulhava

dançava com seu rabo de peixe

Ela cantava uma canção

que balançava a terra

ela me chamou , pra morar

no fundo do mar com ela

Eu falei de forma sincera

que não amava , ela

que eu era um poeta

um boêmio , não era um pescador

um marinheiro

Falei que poetas são todos iguais

que andam de cais, em cais

procurando amor

A sereia se revoltou , furiosa

e com sua vaidade ofendida

a sereia dos lábios doces

amaldiçoou minha vida

Ela balançou seu rabo de peixe

gritando , como eu poderia desprezar

sua paixão platônica

ela provocou o choque

das placas tectônicas

gerando um tsunami devastador

Se eu não fosse amigo do Netuno

já estaria morto ,afogado

ela interviu a meu favor

ele aconselhou a sereia

nunca entregue seu amor

aos poetas do mar salgado

nunca deixe eles beijarem seus lábios

Eles não são pescadores e marinheiros

poetas iludem mulheres

do mundo inteiro , seja na terra

ou as sereias com rabo de peixe

NEREU AIRTO AMANCIO FILHO
Enviado por NEREU AIRTO AMANCIO FILHO em 17/07/2024
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