Perdidos

O som do piano lá dentro,

do templo de Zeus,

lembra uma antiga história,

de um anjo e um demônio,

na fronteira do infinito,

não havia tempo de paz,

nas chamas da guerra,

trilharam seus destinos,

amaram-se odiando-se,

no jogo dos contrários,

entre paraíso e inferno,

entre verdades e mentiras,

"O que queres de mim?"

"Vá para teu santuário!"

"Sou o fogo que consome!"

"Repudio toda tua santidade!"

"Não quero-te ao meu lado!"

Gritou o ser das trevas,

amaldiçoando as rezas do outro,

bençãos que não lhe diziam nada,

jamais seria um iluminado,

não estava em sua pele ser alvo,

era como fora destinado,

não acreditava em salvações,

era o dono das perdições,

"Haverá sempre uma luz para ti!"

"Venha para o caminho dos ventos!"

Sou a água que jorra da terra!"

"Imagino-te em liberdade!"

"Só quero estar junto à ti!"

Proferiu a voz angelical,

em melodias encantadoras,

sempre seria o filho preferido,

vendo a bondade aquém do horizonte,

sua pele reluzia o brilho das estrelas,

era um predestinado nas escrituras,

acreditava em redenções,

uma sinaleira de retorno aos perdidos,

que triste disputa entre opostos,

quais chances de vingar um amor assim?