Sonho estranho

Miscigenação de todas as partes,

Do azul ao dourado de peixes prateados,

O universo sem pudor de superar os eternos rancores,

A massiva aplaude a nossa seriedade,

E afunda a marginalidade sensatez do inesperado,

Avisa ao velho a marca de suas chagas e rugas,

Tão sofridas de vida que já encontra fim,

Na lasciva morte que nunca se anuncia,

Deprava o tempo de quem espera,

Algo que certeza de existir e incerta hora chegar,

Tempo que se aguarda,

Anunciação de manias salobras,

De uma imagem caótica das variáveis,

Feito um quadro de Picasso,

Espelho o retalho de meus sonhos,

Espero aquela dimensão insensata,

Talvez apogeu de mim mesmo,

Ou desejo de marcar algo nessa estrada,

Magoar farei e magoado serei,

Mas sonho delgado e fraco não terei.