Urantia
Tirei boneca viva feita a partir
De imagem vinda de época dourada
Do lamaçal que representa os confins
Da minha memória
Limpei seu corpo e redescobri
Cada detalhe seu que te tornava
Única, cada imperfeição sua
Que me fez te querer e te guardar
Da sua boca saíram translúcidas bolhas
Contendo fragmentos de nossas
Memórias compartilhadas
De época da qual tirei fotografia mental
Sua e usei para servir de imagem
Para esta boneca
Ao tocar sua pele, adentrei seu corpo
Tal qual um portal e entrei novamente
Na época contida dentro desta boneca
E de lá nunca mais saí