CORRENTES PSICODÉLICAS

O limite da memória é o amor

o limite do amor é o esquecimento

amar vive de lembrança

assim como a raiva

a fúria e o trauma e o medo

mas para que vença o tempo

o afeto precisa vencer as provas

de um mundo decaído

resistir às maçãs que escondem

serpentes

os lábios venenosos da intriga

a fim de se entregar

nos braços do desejo

do mel que escorre farto

na escuridão dos nossos Cosmos

somos bancos de conchas

encarando as ondas gigantes

fugindo das caravelas e das hidras

e do caos e insanidade

nascem mil Big Bangs

revolucionando as relações de produção dos homens

em ciclos de criação e anarquia

levando calor aos pólos

nas correntes psicodélicas da paixão