Incauto (des)inventor II

Invento uma canção

Ritmo que pulsa em meu peito

Conheço novos sons

Em antigos versos me deleito

:

Caminho solitário

Por desejo e paixão

Atraso o compasso do tempo

Pra te encontrar na canção

:

Desinvento o silêncio

Trazendo melodias ao ar

Saio por mares de notas

Voo pelos ares a cantar

:

No topo dos versos, me materializo

Sem limites, sem fronteiras

Finco bandeiras de rimas

Invento novas besteiras

:

Estreito o espaço entre versos

Derrubo barreiras de razão

Sigo placas de poesia

Pulo muros da solidão

:

Alcanço reinos de emoção

No harém das palavras a fluir

Invento o lume da inspiração

Faço a poesia luzir

:

Dança para mim, oh musa

Em véus de rimas disfarçados

Sigo por trilhas de sentimentos

Sem pressa, nos versos encantados

:

Desvirgino florestas de emoções

Sem barreiras, sem temor

Me aventuro por aluviões de sentimentos

Danço com lobos na dança do amor

:

Nado com tubarões de desafios

Sem armas, apenas a poesia como guia

Em cada verso, um mergulho profundo

Sem medo, na maré da fantasia

:

Incauto poeta, (des)inventor de sonhos

Reinvento meu arrebol em cada estrofe

Minha noite sem lua ganha brilho

Meu dia sem sol encontra a luz do amor

:

Desinvento a tristeza em cada verso

Sem esquecer de desinventar as dores

Na poesia, a cura e o alívio

Onde o coração

encontra

suas cores...

:

[Uma releitura do Incauto (des)inventor, publicado no Overmundo http://www.overmundo.com.br/banco/incauto-desinventor, WMotta, abril, 2010]

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MMXXIV