Ignorância.


As pétalas se abrem e, 
distribuem seu frescor e fragrância.
No silêncio dos pólens voadores.
Nas nuvens a bailar

ou tramarem chuvas. 

Ou molharem vetores.

 

Em qual caminho perdi o passo correto?
Em qual encruzilhada, escolhi errado o lado?
Quando foi embora a decência ou a discrepância?

Tantos julgamentos prematuros e inconscientes.

 

A ignorância é a sombra de nós mesmos.
Quanta dor, você já infligiu?
Quanto veneno você irá beber?
Ou já bebeu, e matou em você a ciência...
Quantas lágrimas irrigarão seu crescimento?

 

De raízes profundas e confusas.
Mas, de conclusões consistentes.

No cais, as marés se despedem
Trazem reticências infinitas
E, aroma salgado.
E o sentimento delgado
de partir... de atravessar oceanos.
De perder a âncora.
E, jamais se fixar...

Assim passaram-se anos...

 

Quando você perceberá 
toda a ignorância?
E, toda a essência?

 

Qual é a parte da história

que você protagonizou?
Será um atalho ou desvio?
Será um tropeço ou estratégia?
Será uma dúvida ou uma angústia?

A resposta dentro do bolso agonizou.

 

Quando perceberá seu próprio peso?
E, enquanto isso... no deserto
as crenças padecem discretas,
as ideologias crescem em sentinela,
capitaneando novos séquitos
ou novas instâncias.


 

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 23/02/2024
Reeditado em 25/02/2024
Código do texto: T8005469
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