De outra vida poética (Quintilha)

Foi nessa vida que te vi...

Passeando entre meus versos,

sem surpresas nem espantos,

somente mais uma entre tantos...

a comentar o que escrevi.

 

Parece-me que te conheço...

de uma outra vida poética

Escrevendo sob à luz de velas,

tendo a mão, pena e nankim...

Uma comédia italiana, um arlequim!

 

Foi nessa vida que te encontrei...

Escrita ousada, "um livro aberto"

Num contrassenso com a melancolia

De poetar incessante, todos os dias...

Um prazer mirífico e superno!

 

Parece-me que te conheço...

De tempos distantes... de outrora!

Era vitoriana, finitude ou aurora!

Entre castelos, carruagens, monarquia!

Um duquesa apaixonada pela poesia.

 

Foi nessa vida que te vi...

Num dualismo: tristeza / alucinação!

Exalando uma inquietude poética

A serenar uma alma impoluta

De amor ardente em completa sofreguidão.

 

Foi nessa vida, que me pus a elocubrar...

De outras existências, em vãs proezas...

Então vi Shakespeare!, testemunha ocular...

Dum desenlace poético de um grande amor...

Eu era Romeo... e vc?... minha doce Julieta!!!

 

E foi nessa vida que previ, profetizei!!!

Vc sentada, numa cabana, em frente um rio...

Fim dos remédios, internações e "desalegrias"

"Guerras vencidas", alma serena, num último desafio!

O de bailar diariamente entre prosas e poesias...

 

 

GLOSSÁRIO:

- MIRÍFICO: maravilhoso, magnífico, perfeito.

- SUPERNO: supremo, soberano.

- AURORA (figurado): início, princípio.

- SOFREGUIDÃO (figurado): ansiedade, avidez, impaciência.

- DESENLACE (figurado): desfecho, fim, epílogo.

- "DESALEGRIAS": Pela segunda vez o autor valendo-se da palavra "desalegria" para compor seus textos (a primeira vez foi em... "NAS ASPAS DA VIDA", pág. 4). Palavra esta que em si não existe, sendo, portanto, um Neologismo, mas de fácil compreensão pela existência da palavra "DESALEGRAR".

 

NOTA DO AUTOR: Agora... aqui em Portugal.... são 03:11 horas e... como sempre prefiro... esta poesia foi iniciada e terminada de madrugada... ladeados por uma insônia "crônica"; meu alter-ego inseparável com quem confabulo e delineio estrofes e versos; e os verdores de uma inspiração poética, com base num depoimento honesto e sincero, respeitosamente postado nos comentários de uma prosa poética, em minha escrivaninha.

Agora eu vou tentar dormir.... antes que meu filho Davih acorde querendo comer e ouvir discoteca dos anos 70, 80 e 90.... ele adoooora!!!!!... as duas coisas...