A morte da tribo

De minha aldeia

vejo teus índios passarem

desfilando suas penas e cocares,

entreolhando as tabas,

escondendo as ocas,

cheios das coisas dos brancos

e dos nomes das matas.

Doce inocência de tudo

e até do mal que lhes chega

e das asas que nascem

e das terras que perdem

e do medo que fica.

De suas aldeias

vejo os meus venenos,

acesos nas mãos e nos olhos,

os que depenam e matam

e nenhuma dor se afasta

e dizima-se a raça

e chora à noite à lua cheia

porque não há mas aldeia ou índio.