Eis que a lua azul
 enebria e embriaga-me
 minhas ilusões

afogam-se em lágrimas
e, em orvalhos matutinos...

 

Aos primeiros raios do sol
 os poemas nascem 
 tímidos, apequenados e vãos. 

 

A Branca de Neve não veio.
 Não havia príncipe.
 Arre! Porque há tantos príncipes 
 esperados no mundo?


 Enquanto há vassalas e servas
 esperando chegar felicidade.

 Ou amor, ou algum esteio.
 
 Eis a lua azul,
 cianótica
 respirando o lirismo bastardo,
 de obscenidade nas entrelinhas
 Do corpo roçando na alma
 expelindo fagulhas de fogo
 ou resposta à febre terçã.
 
 Eis a lua azul
 no fim da tarde,
 no começo da noite.
 A imensidão infinita
 de reticências poéticas.
 
 No horizonte disperso
 há estrelas cadentes,
 há desejos ardentes,
 palavras implícitas
 de sentimento adverso.

 

Somos tão diferentes
 plurais, boçais
 iguais e diversos

 

 No verso há o azul.
 E uma violeta no vaso,
 o amarelo do sol,
 a queimar retinas e sonhos.

 

Lá fora a lua azul

Permite imaginar o bônus

de existir e viver.

Ou seria, viver para existir?


 

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 18/12/2023
Código do texto: T7956906
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