Transe

Transe

Despencou meu coração

Da ladeira de Sísifo

Vi-te transe

Carregando uma pedra

Do tamanho do teu encanto

Ajuntei cipó e tamarindos

Pra ir-te conquistar

Eu um tolo cangaceiro de conquistas

Em cuja peixeira sangrei solidão

E capei minhas penas

Tentei amarrar-me a ti

O nó cego das cordas

Avistou-me naufragando

No cais dos porcos

Escapei laçando tua alma

Beijando teu rosto afogueado

Pelas brasas do meu rancho

No quintal da mansão do patrão estoico

Escrevi uns versos filosóficos

E acordei

Matuto Versejador
Enviado por Matuto Versejador em 11/12/2023
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