Nos ponteiros do tempo - Instantes - XLIV
Que faço desse
eu que não
para,
desse eu inquietante,
ensurdecedor?
Que faço dessa
parte de mim
desassossegada,
dessa parte que
corre,
que grita em silêncio,
que saltita entre céus
e infernos?
Que faço desse
eu que me desgoverna,
que me crucifica
e me autopune?
Que faço com essa
prisão que debocha
de meu vitimismo?
Acorrentada nas minhas
próprias escolhas
atiro pedras nas teorias
sapiens,
a vida ser-me-ia
diferente se eu
tivesse ouvido
os insanos!