Um Verne numa verve
Fiquei perdido numa estrada
Absorto carregando a saudade
Pelos caminhos que me levava ao nada
Eu sempre sonhava com a liberdade
Fui levado pela vida sem destino
Sob os olhares do meu desespero
Do maroto sorriso veio meu medo
Dei voltas ao mundo como peregrino
Gritei para o universo me ouvir
Fazendo ecos pelos quatro cantos
Queria eu continuar, sem de mim fugir
Vendo as miragens dos meus espantos
Como um poeta vagando à toa
A saudade me levou para o além
Me fiz de fingidor sem ser “Pessoa”
Viajando nas terras de ninguém
Em anos luz cheguei no túnel do tempo
A luz de lá desapareceu num nevoeiro
Sem enxergar a sombra do meu pensamento
Despertei de um triste sonho derradeiro
Retornei ao meu habitat natural
Num estalo da mágica, veio um grito
Matei a saudade ao chegar no meu nicho
Depois da longa viagem no espaço sideral
"Estou de volta pro meu aconchego"
Imagem extraída do Google