A vida a seguir

A vida é frágil

quase um suspiro

um badarar de um sino

no primeiro deslize, o funestre prepara-se para abocanhar

há, vida que segue

sem manual de instrução

sem cheiro a sugar

vida, vida, onde estacionar? na primeiro esquina? na banca de jornal? na porta do psicanalista, ou num balcão de bar?

vida reclamada, arrudiada de arapuca

já vivida por pessoas chatas

registrada por grades intelectuais ultrapassados

esquecidas em velhos jornais

vida que segue, ao sabor das ondas do mar

inserida em corpos alheios

alguns padecidos, submersos num mundo escuro

esquecido, presa numa fotografia rabiscada

outros a padecer, sem hora nem dia a avisar

outras em vida, com fronteras a impedir

sugando o vento,

andando atoa

marcando o caminho,

prá nunca mais voltar

Aqui jaz!