Feridas Atuais em uma Realidade Inexpressiva
Definitivamente tuas lágrimas de ouro
Dissolviam todas as máscaras
Amargavam o paladar e transitavam
Entre os o autos culposos de vinagres ressentidos
Nada é permanente, você é finito
Discutir se a arcada de animais indomesticáveis
Ainda cabem no mistério dos apêndices de elefantes
Ou lâminas de prata serão o artifício capaz de encobrir tudo
A tua demora sugou o cálcio dos meus ossos
Caí como um buquê em braços despretensiosos
Quem viera ao meu socorro desencadeou mazelas em minhas pernas
Como se rezasse um mantra ao meu declínio
O espaço é um compasso,
Me movo por ele com culpa
Eu não encerro sua apresentação
Me dizem que esse é o vigor de meus tormentos
Construí meu amor acima de cores primárias
Com algodão e agulhas descartáveis
Me chamei de teu nome, como se lhe invejasse
Mas era um método para fazer o fio do algodão te esquecer
Teus olhos verdes decompõe
O azul de uma noite persistente
O amarelo do desprezo de toda gente
Girando cirandas, engolindo espinhos
O músculo depõe:
Há certa mentira em fotografias
Elas sempre pervertem a lembrança
Fazendo beleza daquilo que é ínfimo
O infinito se esgota na aventura de Marte
Convencendo o público ao conflito
Toda promessa esfarela na fome
Por mais que se insista o pior está de volta a vida