Mulher-Demônio
Apagando as luzes, encarando as cruzes
A noite revela todas as minhas mercadorias e suvenires
Meus sonhos confirmam: é impossível vivermos livres
O desejo de retorno é minha força espontânea
Poeira e diamantes levam-me a terras distantes
Estalando o chicote do Diabo nas areias da Mesopotâmia
Todos os anjos seguidores do Grande Dragão Vermelho
Nada são diante da Mulher Vestida de Sol
... É o que dizem os antigos escritos (carentes de desejos)
E já não mais posso dominar meus passos
Em meu cérebro ecoam os sinos de minha perdição
Pois sua vil presença persegue a sombra de meus traços
Ela me faz dar sucessivos tiros para o prazer
Ela me faz mastigar os sabres da escravidão
Ela me domina, estou acorrentado à força de sua devassidão
Sim, a tentação é a síntese de sua existência
Eu sei, ela tem o canto das sereias de Ulisses
Sim, ela vem vestida de beleza e inocência
Voando nas asas da gárgula de meus pesadelos
Seu perfume espalhando-se pelo meu quarto
Sua luxúria alterando no Apocalipse as profecias dos sete selos