Mulher-Demônio

Apagando as luzes, encarando as cruzes

A noite revela todas as minhas mercadorias e suvenires

Meus sonhos confirmam: é impossível vivermos livres

O desejo de retorno é minha força espontânea

Poeira e diamantes levam-me a terras distantes

Estalando o chicote do Diabo nas areias da Mesopotâmia

Todos os anjos seguidores do Grande Dragão Vermelho

Nada são diante da Mulher Vestida de Sol

... É o que dizem os antigos escritos (carentes de desejos)

E já não mais posso dominar meus passos

Em meu cérebro ecoam os sinos de minha perdição

Pois sua vil presença persegue a sombra de meus traços

Ela me faz dar sucessivos tiros para o prazer

Ela me faz mastigar os sabres da escravidão

Ela me domina, estou acorrentado à força de sua devassidão

Sim, a tentação é a síntese de sua existência

Eu sei, ela tem o canto das sereias de Ulisses

Sim, ela vem vestida de beleza e inocência

Voando nas asas da gárgula de meus pesadelos

Seu perfume espalhando-se pelo meu quarto

Sua luxúria alterando no Apocalipse as profecias dos sete selos

Isaque
Enviado por Isaque em 20/12/2007
Reeditado em 12/01/2008
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