Sarau quase real

Convidaram-me para uma festa
Onde só tinha ídolos e Poetas
Eu fui para todos, apresentado
Sendo por todos muito admirado


Castro Alves afirmou lá no cais:
- Negreiros! Ainda têm por demais
Monteiro Lobato veio me convidar
Para a turma do Sítio, me apresentar

Eu falei com José de Alencar
Que com sua linda “Índia Poty”
Pediu a Carlos Gomes entoar
Com sua orquestra, “O Guarany”

Machado de Assis falou: Alvarez!
- Quer jogar uma partida de xadrez?
Cecília Meireles me perguntou:
- Por que escreves tanto sobre o amor?

Júlio Ribeiro foi se explicar
Da realidade da sua “Carne”
Vinicius de Moraes a recitar:
- Itapoan ainda tem “tarde”

Falei ao Nobre Poeta Gonçalves Dias:
- A minha terra também tem palmeiras!
- Onde os sabiás cantam todos os dias
- A passarada voa com doces melodias

Eu tive com a Mestra Cora Coralina
Ela humilde e culta de muito saber
A mesma se emocionou ao lhe dizer
Que’u era fã da sua poesia tão linda

Olavo Bilac, dando autógrafos recitou:
- “Não se mostre na fábrica o suplício
- Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
- Sem lembrar os andaimes do edifício”

 

Drummondialmente falando:

“Uma brisa de outubro se renova”

Do sopro das ondas marejando

Todo amor rubro se comprova


Subitamente, acordei daquele sonhar

Que felicidade! Está naquele Sarau
Eles falaram que pro céu iriam voltar
Que um dia eu também seria imortal

 

Imagem da Internet

Zédio Alvarez
Enviado por Zédio Alvarez em 15/07/2023
Reeditado em 15/07/2023
Código do texto: T7837424
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