Caminho pelas ruas tortas,
Onde não se vê o fim...
Fico sem saber aonde vou chegar...
 
Sigo, mesmo assim desorientado,
Nesse caminhar, vejo roseiras tristes, sem rosa
E muitos jardins sem jardineiro...
 
Meninos com os olhos remelados,
Descalços, com bicho-de-pé,
Todos o tratam por “Zé”,
E os lixos da padaria, por eles aproveitados...
 
Meninos de barriga cheia,
Passam, sentados no banco detrás
Dos carrões importados
Com dinheiros “desviados”...
 
Continuo pelas ruas tortas dos contrastes,
Outros meninos jogando bola-de-meia,
Fico pensando... Meu Deus,
A coisa tá feia!
 
Comento com um transeunte,
Ouço: - ora, deixa pra lá, sempre foi assim!
De lado, um homem sentado no meio fio,
Olhos vermelhos, embriagado...
 
Logo adiante uma batida de carros,
No outro quarteirão da rua torta,
Um grito - pega o ladrão!
Um político assustado
Fecha a porta...
 
Já perdia a paciência...
 
Despertei tonto, desorientado,
Meu sonho mostrou-me a realidade
De um mundo desnivelado...

Sem providência,
É o mundo da incoerência,
Do mal!
Aí, entendi porquê da rua torta,
Ela representava a vida...

 
Tarcísio Ribeiro Costa
Enviado por Tarcísio Ribeiro Costa em 17/12/2007
Código do texto: T782221