TARDE DEMAIS 

Provindos  doutras vidas, eis-nos, certamente...
Entre sentimentos rubros(embora náufragos),
Propagando-se contra os ventos para o além;
Nossas sinas, assim, postas em cumprimento.


Fui Cleópatra, por tí atravessei desertos ;
Fui Dalila, cortei suas madeixas;
Rainha de Sabá, pousei na sua alcova;
Oras nesta barca, sem desafogo, náufragos!


Nesse entardecer, nosso encontro - fogo-fátuo!
Vida se faz cinza, tenebrosa, inviável....
Já nem parece vida - jazigo em tormentos!
Eis-me, mumificada! De corpo e de  mente!


Ah, o que somos? Uma sombra... uma miragem?
Miraculosa, pois mira-me e não me vês;
Uma sombra na sua sombra. Um reflexo ?
Até os próximos aléns sombras seremos...

 
Erivaslucena
Enviado por Erivaslucena em 16/06/2023
Reeditado em 16/06/2023
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