Imensidão: Vida Além-Terra
Meus pensamentos solares piscam no céu, já extintos
As dúvidas que surgem estão anos-luz sem espaço em meu intervalo, peculiar
As letras que hoje escorrem de meus dedos em brancas páginas
Já foram engolidas há tempos por buracos inteiros, coloridos e negros
Observador, escrevo o que vivo, o que penso
Cadernos lotados, minguantes
Linhas cheias, crescentes
Canetas novas, vazias
Cabeça na lua, aéreo
Meu mundo é um universo paralelo
Como explosão de gases comprimidos, me transformo
Supernova, hipernova, quasar, raios gama, inevitável choque estático
Um astronauta vagando nas entrelinhas e entre estrelas
Universo de palavras sem gravidade, em expansão
Ideias cadentes se mesclam aos parágrafos, soltos
A luz incandescente sobre a escrivaninha ofusca minha escuridão
Trancado em casa, só penso em sair, me perder por aí, sonhar
Decolar sem rumo, sem órbita, sem suprimentos, sem opção de voltar
Observar as fases da rua em cada sinal aberto, fechado, piscante
E assim como corrida espacial, alcançar superioridade incontestável
A verdade é que em meus cadernos de matérias orgânicas, primas e escuras,
Sigo em busca de vida fora de eixo, fora do chão, fora da terra, plena e terrena.