A INVISÍVEL ME DEVORA
Se a que eu não vejo não me vê, a invisível não é você, se a que eu sinto não me toca, o teu cheiro não me provoca, não me alucina. A imagem que me ilumina é miragem, asiática flor, fluidez do fogo, olhares de felinos, tramas do jogo. Aquela que se despe e se reveste de sedução, na ponta da língua o sabor da arguição do corpo, juntando os lábios sorve o derramado gosto, impregnado na pele, rijos seios no rosto. Se o que eu toco agora me dá lucidez, se o que eu não sinto suscita avidez, a fera que há em ti, o ópio da flor, o fogo do amor, e as fichas da aposta, além de tudo, o jogo que você gosta; me deixem extasiado, incendiado, perdido e roubado, porque aquela que eu não vejo, mas sinto e, não me toca, antes de ti já havia me devorado.