Efêmero.

Efêmero.

Delasnieve Daspet

.

A chuva cai, lentamente, lá fora.

Lava ilusões e mazelas.

As palavras pularam as cercas.

Caem as máscaras das frases duras.

E, no vai e vem a sombra e a luz trocam de lugar.

No tabuleiro de xadrez

Os reis e as rainhas pulam

As casinhas de seus reinos.

O sol se torna vermelho.

No amanhecer, a bela aurora,

Surge com os cabelos cor-de-rosa.

Fecham-se os cílios do tempo.

Os versos se perderam nos dizeres...

E, não se diz o que não se quer.

Ao burlar o tempo, efêmero,

Sou borboleta.

14.03.22