Olhando o luar

Olhando a lua, simplesmente olhando a lua

Olhava um tempo largo de esperança

Um lago imenso na paisagem nua

Um parque num domingo e na lembrança.

Olhava a lua à espera que o sono chegasse

A noite avançava e o tempo retrocedia

Corria indiferente, conquanto retornasse

Atrás no calendário a imagem de outro dia.

Falavas de gostos seus com tanta melodia

E eu assentia entoando a voz em falsete

Percebia como um beijo a tua poesia

E com que graça, tua boca cheia de sorvete.

Sorrias um sorriso à semelhança de Deus

Que apagava o luar da minha solidão

Eu que resistia a voltar e dizer adeus

Sabia que tudo morava na imaginação.