DOMO

Como aconteceu, não sei explicar

Quando demos conta, já estava lá

Às margens da nossa cidadela

Base alinhada sem passagens ou frestas

O domo que circunda a cidade

Causa desgosto e suspense

Tolhe totalmente nossa liberdade

O motivo exposto não me convence

Confusos personagens bem que tentam

cada um a seu modo lidar com a situação

Uns se atrevem e tentam quebrar o vidro

Outros fingem aceitar,mas vivem em atrito

Eu em meio a todos esses, me perco

Nas vãs tentativas de libertação também sofro

relembro como eram bom os tempos outros

De um viver alegre, aberto e sem malogro

Aqui, vou tentando criar outros meios

Por vezes, penso num ato de desvario

Depois me contenho, não me atrevo

Mas recebo de alguns, maus conselhos

Assim, vejo e lamento a visão embaçada

Pois olho através dessa imensa vidraça

Em meio a pensamentos comuns de união

escrevo um diário sobre nossa situação

Já disseram que o domo é imaginário

que nos prendemos de fato pelo medo

Coisa que não entendo, como isso fizemos?

Desejávamos o bem feito, saiu tudo contrário

Como os demais, procuro sair desse local

O domo não tem fossos, cercas ou muros

mas sua limitação é sólida, vigorosa e real

Imperfeição do Cosmo, limita o futuro

Há de se ter esperanças de algo mudar

Uma falha nesse espaço vitreo encontrar

Tento! Eles teimam! Todos anseiam o mesmo

Sair daqui e, livres como antes, sermos.

👧🏻

Nota: Sei que o escritor Stephen King tem um livro sobre o tema, e parece-me que virou série, mas não assisto, e aqui só fiz um rabisco de como seria, na minha imaginação