Ferro Velho
Lá com as montanhas de pneus
De todos os tipos e tamanhos
Cubos gigantes de papelão
Embalaram o que já compramos
Naquele chão tem pó de ferro
Ferragem para todo lado
Em sucatas amontoadas
Ferrugens cresce como lodo
O alumínio das latinhas
Brilha aos olhos do catador
A balança mede o preço do que vinha
E do cobre da bobina do ventilador
Esses cataventos de plástico
Asas de portas de congelador
Hélices de ar-condicionado
Próximas a restos de computador
Enquanto as carcaças das TVs
Ouvem o rádio a pilha ligado
Propagandas de televisores 3Ds
Com fones de ouvido sofisticados
A roda de uma bicicleta sem marcha
Virou motriz de cataventos
O caldo escuro e denso da graxa
Forma um barro bem gosmento
Fogões sem chamas
Tomando sol pra aquecer
Freezers sem porta
Já não podem gelo fazer
Sofás sem encostos
Colchões rasgados
Trapos de cortinas
Fios desencapados
O dia é esperar
Mais entulho chegar
Esconder da cidade
Que só quer descartar