Ferro Velho

Lá com as montanhas de pneus

De todos os tipos e tamanhos

Cubos gigantes de papelão

Embalaram o que já compramos

Naquele chão tem pó de ferro

Ferragem para todo lado

Em sucatas amontoadas

Ferrugens cresce como lodo

O alumínio das latinhas

Brilha aos olhos do catador

A balança mede o preço do que vinha

E do cobre da bobina do ventilador

Esses cataventos de plástico

Asas de portas de congelador

Hélices de ar-condicionado

Próximas a restos de computador

Enquanto as carcaças das TVs

Ouvem o rádio a pilha ligado

Propagandas de televisores 3Ds

Com fones de ouvido sofisticados

A roda de uma bicicleta sem marcha

Virou motriz de cataventos

O caldo escuro e denso da graxa

Forma um barro bem gosmento

Fogões sem chamas

Tomando sol pra aquecer

Freezers sem porta

Já não podem gelo fazer

Sofás sem encostos

Colchões rasgados

Trapos de cortinas

Fios desencapados

O dia é esperar

Mais entulho chegar

Esconder da cidade

Que só quer descartar

Glaussim
Enviado por Glaussim em 07/04/2023
Código do texto: T7758059
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.