Sonhos Passados

Nascemos e morremos,

Numa roda infinita,

Muitos ferem e matam!

Os sonhos se desfazem.

Outros se erguem apesar da escuridão.

Acordamos e dormimos numa viagem sem fim.

Mar alto, mar a baixo,

Descemos ladeiras,

Subimos aos montes

E tudo é pequeno.

Que distância separa o negro do branco que se tocam.

Podendo eu estar perto ou longe de você.

Ou mesmo em qualquer lugar do planeta.

Caminhos que passam e que se cruzam,

Caminhos que deixam marcas,

Caminhos que nada valem.

Os lagartos correm por entre as pedras,

Vidros estalam nas vidraças,

Vidas se chocam no meio da estrada.

Muitos se alimentam de matéria humana,

Outros choram em quartos fechados,

Quero explodir o peso dos meus dias,

Encontrar caminhos que me levem rumo ao mar.

Comer e recriar.

Ou ser um jardineiro a zelar.

Como é bom sonhar.

Viçosa/MG, Lua minguante em Sagitário 11/03/1977