Soneto surreal X
Verso após verso, e rima, e coisa e tal...
Enterro o Surreal neste soneto.
E, voluntariamente, lhes prometo,
Aposentar a pena surreal.
Vou visitar Pessoa em Portugal...
Rever os alfarrábios do Parnaso...
Vou dar, ao meu Neruda, um novo prazo
E misturar Quintana com Cabral...
Vou refazer os veros surreais
E recitar, até não querer mais,
O velho e previsível Herculano:
Falar de amor, e flor, e dor, e medo...
Dormir bem tarde, acordar bem cedo...
Pra reviver o meu quotidiano.