As bolhas embaixo da cama
Quando estou cambaleante
E pouco dominante
Não resta opção a não ser
Me jogar no colchão
No travesseiro em seu topo
E no edredom que os guarda
Tanto conforto
A ponto de afundar
Como alguém dentro
De areia movediça
Adentro o negro oceano
Do sono
Observo de longe
Dentro de bola de consciência
Como espectador
Vejo memória
Pensamento
Sentimento
Desejo
Cortados e remendados
Para forjarem
Sonhos
Pego alguns negativos
Trago para minha bolha
Coloco em outra bolha
E guardo em minha cabeça
Para quando acordar
Eles sejam revelados
E se tornem fixos, constantes
Evidentes e claros
Feito memórias
Cuja luz foi capturada
No tempo