As bolhas embaixo da cama

Quando estou cambaleante

E pouco dominante

Não resta opção a não ser

Me jogar no colchão

No travesseiro em seu topo

E no edredom que os guarda

Tanto conforto

A ponto de afundar

Como alguém dentro

De areia movediça

Adentro o negro oceano

Do sono

Observo de longe

Dentro de bola de consciência

Como espectador

Vejo memória

Pensamento

Sentimento

Desejo

Cortados e remendados

Para forjarem

Sonhos

Pego alguns negativos

Trago para minha bolha

Coloco em outra bolha

E guardo em minha cabeça

Para quando acordar

Eles sejam revelados

E se tornem fixos, constantes

Evidentes e claros

Feito memórias

Cuja luz foi capturada

No tempo

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 21/03/2023
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