Soneto surreal VI
Sou a metamorfose ambulante
Do tempo que Raul era maluco.
Mas hoje, simplesmente, me ocupo
Em escrever o óbvio ululante.
Talvez o Raulzito ainda cante,
E conte que nasceu há dez mil anos,
E que lutou com gregos e troianos,
Ou uma alternativa interessante:
Quem sabe profecias de Alcapone?
Que sabe vai passar a noite insone,
Tentando embarcar nos trem das sete?
Quem sabe vá morar com Zé Ramalho?
Quem sabe vá guardar um ato falho,
No pano que gîtâ guarda confete?