Soneto Surreal II
A formiga picou um pernilongo,
Que picou o focinho da cadela,
Sem nem mesmo saber se era dela
A vogal decrescente do ditongo.
A formiga foi salva pelo gongo,
Que soou estridente num fonema,
Que rimava Jobim com Ipanema,
E queijo parmesão com camundongo.
E foi-se o pernilongo... E a formiga
Que ficou, da cigarra, grande amiga,
Divide, com Esopo, uma fabela.
Enquanto uma trabalha a outra canta,
Uma faz o almoço a outra, a janta...
Mas a moral do conto não revela!