Rimas perdidas no tempo

Quisera ter a lira forte,

e o peito ardente,

na sinfonia do leal netuno.

Sai dos mares, netuno,

vem à tona,

falar da grandeza,

do universo.

Cada gota de orvalho que evapora,

em fumaça se esvai para as alturas,

para cair novamente sempre, sem,

no entanto, macular a própria estrutura.

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No fio da teia de aranha,

jaz a mosca,

inerte

Ela repousa.

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No grito lancinante que ecoa,

nos confins do universo paralelo,

no universo em que vivo na pessoa,

nem mesmo sei dizer o que espero.

A raposa que uiva dentro da noite,

procurando encontrar o seu parceiro,

quando uiva, o que ouve o vento ecoa,

em resposta ao seu próprio desespero.

Só, aqui estou agora,

procurando encontrar minha razão

que perdi e, se perdi, não sei onde,

só encontro minha própria solidão.

27/10/82

Vanderleis Maia
Enviado por Vanderleis Maia em 28/11/2005
Código do texto: T77364