Segredos
O rio sussurra
durante a passagem
silêncios inabitáveis
só aquela flor
desbotada,
embalde
conhece os mistérios
que
v
ã
o...
v
ã
o...
em sua eterna
susceptilidade.
As águas mansinhas
e turvas
oriundas de tantas
fúrias
não se agitam
com a presença do mundo
que grita
em meio a escuridão.
Apenas aquele
resquício de vida
minúscula e
descolorida
sabe sobre os
amores
as esperanças
perdidas
que o rio
sussurrou
- Dos trigais
a deitarem
com a força do vento
Dos moinhos
Dos filhos
Dos mananciais
e o choro de Deus
que serenou
em tantos cais -
Descalça
naquelas
águas
nada ouço
o segredo emudeceu.
Que seja!
O que
passa
carrega
um silêncio
fadado
àquela
flor
que
o
vento
enleia
e
Que
não
saberá
nada
mais
que
o
seu
próprio
passado
Eu
fico
às
margens
sem
compreender
o
ciciar
do
rio
Mas posso esperar
meu futuro
de olhos
fechados.
(Jessiely)