SER COMO O VENTO

Quero ser como o vento que por tudo passa, preenchendo espaços, acalentando a vida e também a morte, em qualquer lugar e ninguém o vê.

Quero ser como o vento de sutil leveza, que encrespa as ondas e enverga os álamos, que carrega as águas e ninguém o vê.

Quero ser como o vento que apaga a vela, que atiça o fogo, que levanta a terra, erodindo tudo e ninguém o vê.

Quero ser como o vento, sutil como a alma, suave como um carinho e rude como o tornado, que destrói as casas que protege o homem, perpassando tudo e ninguém o vê.

Quero ser como o vento, igual leve brisa, carregando o frio, penetrando fundo nas escuras locas, derrubando as ocas em qualquer lugar e ninguém o vê.

Quero ser como o vento que transporta a vida e também a morte, através do aroma ou do odor forte, penetrando em tudo e ninguém o vê.

Quero ser como o vento, o primeiro alento, imprimindo a vida na transformação, preenchendo os órgãos da respiração; todo o mundo sente, mas ninguém o vê.

Enfim, este modo de ser sutil, suave, voraz e rude, invisível, presente em tudo, sob todas as formas em qualquer lugar; assim, quero ser como o vento que preenche tudo e ninguém o vê.

23/10/02- VEM

Vanderleis Maia
Enviado por Vanderleis Maia em 27/11/2005
Reeditado em 03/04/2022
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