A morte chegou

A morte chegou em um barco de papel

Com asas de borboleta e olhos de mel

Vestida de preto e dourado

Dançando ao som de um violoncelo desafinado

Seus passos eram leves como uma pluma

E seu sorriso tinha um ar de bruma

Ela falava em línguas desconhecidas

E tocava uma harpa feita de espinhos

A morte me convidou para dançar

E eu, sem hesitar, comecei a rodopiar

No ritmo frenético daquela música sem fim

Enquanto o mundo parecia desvanecer diante de mim

Cada passo me levava mais perto do abismo

Onde o vazio e a escuridão reinavam sem fim

E a morte, com seus olhos de mel,

Sussurrava palavras que eu não entendia tão bem

Mas então ela parou e me olhou nos olhos

E eu pude sentir o gosto do sal em seus lábios

Ela me disse que era hora de partir

E que a vida era apenas um sonho a se desfazer no ar

E assim, ela me levou com ela

Em um voo sem fim pelo céu de estrelas

E juntos dançamos no vazio da eternidade

Até que a morte, por fim, me libertou da realidade.

Marcos Felipe Diniz
Enviado por Marcos Felipe Diniz em 15/02/2023
Código do texto: T7720269
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