A morte chegou
A morte chegou em um barco de papel
Com asas de borboleta e olhos de mel
Vestida de preto e dourado
Dançando ao som de um violoncelo desafinado
Seus passos eram leves como uma pluma
E seu sorriso tinha um ar de bruma
Ela falava em línguas desconhecidas
E tocava uma harpa feita de espinhos
A morte me convidou para dançar
E eu, sem hesitar, comecei a rodopiar
No ritmo frenético daquela música sem fim
Enquanto o mundo parecia desvanecer diante de mim
Cada passo me levava mais perto do abismo
Onde o vazio e a escuridão reinavam sem fim
E a morte, com seus olhos de mel,
Sussurrava palavras que eu não entendia tão bem
Mas então ela parou e me olhou nos olhos
E eu pude sentir o gosto do sal em seus lábios
Ela me disse que era hora de partir
E que a vida era apenas um sonho a se desfazer no ar
E assim, ela me levou com ela
Em um voo sem fim pelo céu de estrelas
E juntos dançamos no vazio da eternidade
Até que a morte, por fim, me libertou da realidade.