No espelho vi meu rosto
No espelho vi meu rosto
Mas não era eu que estava lá
Era um estranho, um impostor
Que ousava minha imagem roubar
Na rua, uma árvore dançava
Ao som de um piano invisível
Enquanto os pássaros cantavam
Uma canção indecifrável
Um relógio derretido na parede
Marcava o tempo que não existia
E as horas, como serpentes
Rastejavam em minha direção
De repente, tudo mudou
E eu me vi no fundo do mar
Nadando com peixes de luz
Que me levavam a um lugar
Onde o sol era roxo
E as flores eram de fogo
E os pássaros eram dragões
E assim segui, sem rumo