No espelho vi meu rosto

No espelho vi meu rosto

Mas não era eu que estava lá

Era um estranho, um impostor

Que ousava minha imagem roubar

Na rua, uma árvore dançava

Ao som de um piano invisível

Enquanto os pássaros cantavam

Uma canção indecifrável

Um relógio derretido na parede

Marcava o tempo que não existia

E as horas, como serpentes

Rastejavam em minha direção

De repente, tudo mudou

E eu me vi no fundo do mar

Nadando com peixes de luz

Que me levavam a um lugar

Onde o sol era roxo

E as flores eram de fogo

E os pássaros eram dragões

E assim segui, sem rumo

Marcos Felipe Diniz
Enviado por Marcos Felipe Diniz em 14/02/2023
Reeditado em 14/02/2023
Código do texto: T7719466
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