As Muitas Partes de Si
Sentimento errante
que vaga sem permissão de seu dono.
Uma propriedade sem proprietário,
Uma que não assume a posse de sua vida,
Ficando a espreita,
indecisa em meio as suas ilusões,
Obstinando-se numa vontade sem objetivo definido.
Atingindo em poucos momentos os limites da loucura,
Um pássaro de asas quebradas
querendo voar ardentemente.
O atrativo vão da janela,
e ao imaginar a suposta queda,
Logo lhe visitar a sensatez
da inutilidade de ser o que não é.
Uma razão exausta a debater-se
na corrente de emoções cálidas.
Tamanha confusão,
enorme conflito a criar muitos personagens,
Um autor de tantas vidas inexistentes,
criaturas feitas de ilusão.
Idealizações que hão de esvanecer
ante ao poder das dúvidas.
E de todas a maior,
criar tantos outros para não existir em si.
Gilberto Brandão Marcon
21/02/1987
(Fragmento Texto: Marcas do Tempo)