Os Becos Escuros da Alma Humana
Becos escuros, marginais viventes do relevo urbano.
Paredes que impedem o caminho, muralha ocasional.
A boca e uma garganta e o horizonte foram deglutidos.
Cercado, cerceado de movimento, sedimentado ao solo.
Aversão a vida, toda uma apatia que apaga o psiquismo.
E o brilho vai-se para deixar que tudo ganhe tons opacos.
A morbidez que mata aos poucos, que abate aos sonhos.
E a chama do desejo esgota-se criando grande frieza.
E o frágil cristal da personalidade quebra-se em pedaços.
Um objeto atirado com velocidade contra a dura parede.
E este quebra-se todo, enquanto a parede fica indiferente.
E tanta emoção acaba por gerar apenas um ato inútil
Gilberto Brandão Marcon
26/02/1987
(Fragmento Texto: Becos Escuros)