Os Becos Escuros da Alma Humana

 

 

 

Becos escuros, marginais viventes do relevo urbano.

Paredes que impedem o caminho, muralha ocasional.

A boca e uma garganta e o horizonte foram deglutidos.

Cercado, cerceado de movimento, sedimentado ao solo.

Aversão a vida, toda uma apatia que apaga o psiquismo.

E o brilho vai-se para deixar que tudo ganhe tons opacos.

A morbidez que mata aos poucos, que abate aos sonhos.

E a chama do desejo esgota-se criando grande frieza.

E o frágil cristal da personalidade quebra-se em pedaços.

Um objeto atirado com velocidade contra a dura parede.

E este quebra-se todo, enquanto a parede fica indiferente.

E tanta emoção acaba por gerar apenas um ato inútil

 

 

 

 

Gilberto Brandão Marcon

26/02/1987

(Fragmento Texto: Becos Escuros)

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 12/02/2023
Código do texto: T7717822
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