Metamorfose da borboleta

Construo

janelas no vento

podo as rosas

antes dos vendavais.

Construo

um arco-iris

(de marfim)

no céu de minhas entranhas

estranhas.

Quantas coisas ousei

construir

e desconstruir

descosturar

a pele,

o orvalho,

a flor

os encantos

que não se perdem

em pedaços de estrelas

(apesar dos espinhos na alma).

Quantas coisas ousei

e não ousei

a morte

(que não decifrei)

a metamorfose das borboletas

o presente

- luz -

amor em cifras.

A vida nua

balançando nos arrebóis

(uma camaleoa mulher).

E um desejo sutil

dentro da carne

se revela

do abismo

e consome

velhos auto retratos

transforma

em cinzas

- contos -

e cicatriza

em torno

de ásperas sílabas

nas margens suspensas

do coração de (dragão)

soltando fogo pelos olhos.

Verônica Partinski
Enviado por Verônica Partinski em 07/12/2007
Reeditado em 07/12/2007
Código do texto: T768823
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