Metamorfose da borboleta
Construo
janelas no vento
podo as rosas
antes dos vendavais.
Construo
um arco-iris
(de marfim)
no céu de minhas entranhas
estranhas.
Quantas coisas ousei
construir
e desconstruir
descosturar
a pele,
o orvalho,
a flor
os encantos
que não se perdem
em pedaços de estrelas
(apesar dos espinhos na alma).
Quantas coisas ousei
e não ousei
a morte
(que não decifrei)
a metamorfose das borboletas
o presente
- luz -
amor em cifras.
A vida nua
balançando nos arrebóis
(uma camaleoa mulher).
E um desejo sutil
dentro da carne
se revela
do abismo
e consome
velhos auto retratos
transforma
em cinzas
- contos -
e cicatriza
em torno
de ásperas sílabas
nas margens suspensas
do coração de (dragão)
soltando fogo pelos olhos.