ZONA URBANA, VIDA E MORTE...

Robusto-me na solitude da paisagem urbana

Envolvo-me no deselegância das tortuossas esquinas, sem quinas,

Cuido-me na sutil quebrada das calçadas descalças, sem harmonia, sem nivelamento lateral, em desacordo com o passo dos passantes,

Embrenho-me na negritude do vácuo noturno,

Busco o ponto de desequilíbrio, num set de fulmagem, entre o hoje, e o passado,

Olho-me na essência, sem equilíbrio mental subdivididos em labiritos de criação, vácuos de razão e dúvidas,

Regojeso-me em descompasso virtuoso, na lucidez da pura arte auditiva, visual e tatual,

Cidades nascidas sob pressão, com limites pre-determinados, presos em seus limites internos, pessoas escravas,

Eis a vida

Fora da realidade,

Um estupim se consumindo lentamente, evaporando-se,

Um projétil a esmo, cortando o ar, invisível, atravessando estruturas, perfurando a inocência, abalando alicerces,

Angustias permanentes, dúvidas,

Tremores estruturais

Vento norte leste, sol, arco-íris, gotículas,

Respiração, vida, vida, vida, morte, fim!