Alucinado
O sol incomoda meus frágeis olhos.
Por isso eu danço entre fractais de vidro em um galpão com uma claraboia.
Pela luz dessa claraboia, eu não vejo nada, pois danço e só danço,
Mas se olhasse por ela, a luz em meio à qual danço, concentrada, me cegaria
E portanto não olho para a claraboia
E danço com lágrimas nos olhos enquanto me resta energia
Os fractais e suas luzes me acompanham enquanto passa o dia
E quando chega a noite, talvez um pouco antes disso, cesso minha dança
Saio do galpão
E meus olhos acostumados ao escuro enxergam as luzes difusas das pessoas
Pode parecer que às vezes se vão, mas nossos olhos são mesmo assim
Se olharmos direto à claraboia, vemos logo o quão frágeis são.