Desventura
Na estrada haviam zumbis adormecidos em seus próprios destinos;
Eles sorriam, mas era um estado
De antropofagia de sonhos.
A condição de destino não é uma sujeição.
Enfeitando céus, fantasmas gozavam em suas mentes
Distorcendo a realidade, reinventando a verdade…
E com bandejas que em ouro reluz
Devolve ilusões que encantam pecados capitais,
Dormem, mas rastejam acordados,
Acorrentados com as músicas de um martírio;
Sonâmbulos, delirando com um herói no alado cavalo
Açoitar gramas que afagam o desconexo da sobriedade.
É tão pra sempre um soar nas mãos do universo
Que implode o “eu-lírico” numa tela desalinhada,
A cá, paralelo, vaga sob ladrilhos ao inverso
Rabiscando cores numa mente evaporada.
Num labirinto de sonhos
Uma gota de sangue precipita no céu,
Num beijo das formas geométricas sem dimensão
Uma parte da sombra pede alforria mesmo sendo réu.
Um vestido vermelho veste Freya,
De súbito nascem rosas vermelhos-vinho
Que nutri neurônios, axônio e veia!
Sangues verdes, azuis e amarelos
são colhidos para fabricar vinho tinto.