Desventura

Na estrada haviam zumbis adormecidos em seus próprios destinos;

Eles sorriam, mas era um estado

De antropofagia de sonhos.

A condição de destino não é uma sujeição.

Enfeitando céus, fantasmas gozavam em suas mentes

Distorcendo a realidade, reinventando a verdade…

E com bandejas que em ouro reluz

Devolve ilusões que encantam pecados capitais,

Dormem, mas rastejam acordados,

Acorrentados com as músicas de um martírio;

Sonâmbulos, delirando com um herói no alado cavalo

Açoitar gramas que afagam o desconexo da sobriedade.

É tão pra sempre um soar nas mãos do universo

Que implode o “eu-lírico” numa tela desalinhada,

A cá, paralelo, vaga sob ladrilhos ao inverso

Rabiscando cores numa mente evaporada.

Num labirinto de sonhos

Uma gota de sangue precipita no céu,

Num beijo das formas geométricas sem dimensão

Uma parte da sombra pede alforria mesmo sendo réu.

Um vestido vermelho veste Freya,

De súbito nascem rosas vermelhos-vinho

Que nutri neurônios, axônio e veia!

Sangues verdes, azuis e amarelos

são colhidos para fabricar vinho tinto.

Joinster
Enviado por Joinster em 01/10/2022
Reeditado em 03/10/2022
Código do texto: T7618569
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