PASSAGEIRO

“Passageiro”

 

 

Tornaste-me um agonizante

que perambula de pensamentos

em pensamentos

sem, contudo, firmar-se na vontade própria

como um guia perdido

em labirintos sem fim.

 

Na poesia, deixas-me encontrar eco

e dela fazer um escudo e uma poderosa arma

onde deixo transparecer meus anseios

na busca incessante de um passado longínquo.

 

Largaste-me como um trapo velho

como se mero mortal eu fosse

no entanto, as vezes, podes te enganar

e nos poemas encantar as tuas verdades

sem que consigas tocar-me o coração.

 

Luxúria, medo, alegrias e tristezas

mar revolto em tarde escura

largo apito, tristonho e febril

nos ecos estridentes de um navio passante.

 

Onde eras e o que buscavas

fervilhava na mente do agonizante

que agora treme nos medos crus

que tal poder esconde a força

que um dia desabrochará

como pétalas de rosas

ao sabor dos ventos uivantes.

 

 

JC BRIDON

 

 

 

JC Bridon
Enviado por JC Bridon em 30/09/2022
Código do texto: T7617653
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