Meus pequenos pássaros
Na barra da manhã
Os livros escapavam pela janela
Que visão surreal foi aquela
Capas e folhas voando
Letras se esparramando
Era quase uma festa.
Pareciam pequenos pássaros
Sedentos de liberdade
Só não sei se voltarão
Do voar pela cidade
Em mim, vai ficar a saudade.
Partiram só os prediletos
Os demais, já foram libertos.
Ontem na prateleira dormiam
Entre prosas e poesias, mas de pó estavam tapados
Meus livros, os de grande afeto
Alguns, até estavam perfumados
De alecrins, louros e cravos.
Se não quiserem voltar
Que fiquem, nem vou sofrer
Posto que em mim sempre estarão grafados.